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Oriximiná, PA

Mulheres conquistam espaço e diversidade na indústria mineral no Oeste do PA

Trabalhadoras da Mineração Rio do Norte (MRN) rompem barreiras em setor majoritariamente masculino.


Foto: Juracy Du Valle/MRN

Na oficina de caminhões de pequeno porte da Mina Aviso, localizada no distrito de Porto Trombetas, em Oriximiná, oeste do Pará, dezenas de homens trabalham para garantir manutenções rápidas e eficientes. Liderando a equipe, Juciléia Costa, técnica de Planejamento de Manutenção de Máquinas Móveis da Mineração Rio do Norte (MRN), tem sido fundamental para garantir essa fluidez. Juciléia destaca que sempre teve o desejo de trabalhar em uma grande empresa multinacional e reconhecida, e sua trajetória exemplifica sua conquista em um setor majoritariamente masculino. "Sempre tive o desejo de trabalhar em uma grande empresa, multinacional e reconhecida", pontua Juciléia ao lembrar os motivos que a têm feito conquistar espaço em um setor majoritariamente masculino. "Entrou na empresa como assistente administrativa e quase 10 anos depois já lidera uma equipe de profissionais."

A poucos quilômetros dali, na área de Beneficiamento da Mina Saracá, Ádina Santos, uma jovem eletricista da comunidade Moura, também está fazendo história ao conquistar seu espaço. Em fevereiro de 2021, ela ingressou na empresa como Jovem Aprendiz e, em novembro de 2022, tornou-se funcionária efetiva. Ádina recorda sua surpresa inicial ao perceber a escassez de mulheres no ambiente de trabalho, mas encontrou apoio e superou os desafios. Ela relata que, ao executar suas tarefas sob pressão, viu uma mudança de percepção dos colegas, que passaram a reconhecer sua capacidade. "Quando eu cheguei aqui, fiquei surpresa porque eu olhava e não via muitas mulheres, me senti uma formiguinha ao lado de um elefante. Foi em meio à pressão para execução de algumas tarefas que pude perceber a mudança de olhar deles ao verem que também conseguiria executá-las", conta Ádina.

De acordo com um relatório da Women in Mining Brasil (WIM Brasil), em parceria com a EY People Advisory Services, as mulheres representam apenas 17% da força de trabalho no setor mineral do país. Com o objetivo de refletir e incentivar mudanças nesse cenário, a International Women in Mining (IWiM) estabeleceu o Dia Internacional das Mulheres na Mineração, celebrado anualmente em 15 de junho desde 2022. Karen Gatti, diretora da WIM Brasil e gerente geral de Comunicação da MRN, ressalta que mesmo que esses números não sejam expressivos, eles já representam uma mudança no setor mineral e refletem a preocupação crescente com a inclusão de gênero, mostrando que as mulheres podem ocupar qualquer posição. "Mesmo que os nossos números não pareçam tão expressivos, eles já representam uma mudança no setor mineral e passa a ser preocupação recorrente tendo em vista a pauta da inclusão de gênero, mostrando que a mulher pode estar onde ela quiser", destaca Karen Gatti.

Presente e futuro

O relatório da WIN Brasil revelou que 97% das empresas participantes possuem programas estruturados de Diversidade, Equidade e Inclusão. A MRN, alinhada com essas mudanças, tem investido na ampliação de espaço para as mulheres, reformulando programas de Trainee e Jovem Aprendiz, além de expandir o programa de Diversidade & Inclusão, chamado MRN pra Todos. Essas iniciativas já demonstram resultados concretos no dia a dia. Em 2021, a representação feminina na MRN aumentou de 6,6% para 9,2%. Em 2022, houve outro aumento, chegando a 11,8%.

Quando questionada sobre suas primeiras impressões em um ambiente dominado por homens, Juciléia Costa relembra que foi muito bem tratada e apoiada pelos colegas, sem sentir indiferença. No entanto, ela reconhece que ainda existe um receio por parte das mulheres em aceitar desafios nesses espaços. Juciléia encoraja outras mulheres a acreditarem em si mesmas e a perseguirem seus sonhos. "Acreditem em vocês. Busquem seus sonhos, busquem seus objetivos. Não parem. Se alguém olhar torto, não deem importância. Foque no seu processo porque você sabe que é capaz", garante Juciléia.

Karen Gatti destaca que os números da MRN refletem o compromisso da empresa com os pilares de diversidade, visando ampliar cada vez mais a representatividade e a inclusão em diferentes setores. Além do pilar de Gênero, a MRN trabalha de forma integrada e conjunta com os pilares de Etarismo, Raça e Etnia, e LGBTQIA+. A executiva ressalta que uma empresa diversa não apenas promove resultados financeiros melhores, mas também está preparando-se para o futuro.

Foto: Juracy Du Valle

Ádina Santos, mãe de três filhos, considera sua maior conquista a oportunidade de proporcionar a eles algo que ela não teve quando criança. Ela se orgulha de ser a primeira e única mulher eletricista em sua comunidade a alcançar um cargo tão significativo. Ádina acredita que a presença de mulheres em ambientes de trabalho dominados por homens pode inspirar outras mulheres a ousarem em suas escolhas profissionais e projeta um futuro mais igualitário. "Daqui para a frente, sei que não verei mais esse cenário, uma multidão de homens com uma ou duas mulheres, será mais igual", aponta Ádina.

A representatividade e inclusão das mulheres na indústria mineral desempenham um papel fundamental. As mulheres trazem perspectivas diferenciadas e novas abordagens. Além disso, empresas com diversidade costumam apresentar melhores resultados financeiros. Portanto, o foco na inclusão das mulheres na mineração não é apenas uma questão estratégica, mas uma visão de futuro, destaca Karen Gatti.

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