Campanha 'Setembro Verde' promove conscientização sobre doação de órgãos em Santarém, no PA

Hospital Regional já captou mais de 170 órgãos e se prepara para realizar o centésimo transplante renal. A programação seguirá até o dia 30 deste mês.

Por Pablo Vastei em 05/09/2023 às 18:46:48

Foto: Divulgação/HRBA

Luana Costa e sua mãe, Olga Barbosa, residentes em Monte Alegre, no oeste paraense, demonstraram seu apoio à conscientização sobre doação de órgãos durante a programação de abertura da campanha "Setembro Verde". O evento ocorreu nesta terça-feira no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, Pará. Luana Costa compartilhou seu desejo de ser doadora de órgãos, enfatizando a importância da conscientização sobre o tema.

O Hospital Regional do Baixo Amazonas, uma unidade do governo do Pará, é reconhecido como um centro de excelência na captação de órgãos e transplantes renais, atendendo a uma população de 1,4 milhão de habitantes em 30 municípios da região. A campanha, com o lema "Doe órgãos. Doe vida. Converse e manifeste o desejo de doação para a sua família!", marcou o início de um mês repleto de atividades, incluindo palestras dentro e fora do hospital.

A fachada do Hospital Regional do Baixo Amazonas será iluminada na cor verde durante as noites de setembro, em apoio à campanha, e exibirá um laço verde como parte da programação.

Entre os presentes estavam Rodrigo Vieira, diretor-geral da unidade, Emanuel Espósito, responsável técnico pelo setor de transplantes, Antônio Carlos Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós, e outros membros da equipe que desempenham um papel fundamental na identificação, manutenção e captação de potenciais doadores na região oeste do estado.

Além dos discursos dos representantes, houve uma breve palestra educativa para colaboradores, acompanhantes e pacientes presentes, abordando a importância da doação de órgãos e explicando o trabalho realizado no Hospital Regional do Baixo Amazonas na captação de órgãos e transplantes renais.

Rodrigo Vieira, diretor-geral do HRBA, enfatizou: "O verde da campanha nos remete à esperança, e é isso que a doação de órgãos representa para os pacientes que aguardam por eles: a esperança de uma vida nova. Nossa unidade é referência nesse trabalho, e é sempre importante conversar com nossos colaboradores e usuários sobre esse tema tão importante, que pode salvar a vida de muitas pessoas."

Rosana do Nascimento, de 62 anos, também expressou seu apoio à iniciativa, afirmando que a doação de órgãos é um tema que merece mais discussão. Ela elogiou o hospital por promover essa importante discussão.

Desde novembro de 2012, o Hospital Regional do Baixo Amazonas conta com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós, que desempenha um papel fundamental na busca ativa de potenciais doadores, no apoio ao diagnóstico de morte encefálica e no acolhimento e consentimento da família para a doação. Até o momento, a unidade captou 173 órgãos, incluindo 90 rins, 69 córneas, 10 fígados e quatro corações.

Os transplantes são realizados desde 2016, com uma equipe de cinco médicos nefrologistas, um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem. Foram realizados 98 transplantes até o momento, dos quais 52 foram intervivos, geralmente envolvendo doadores que são parentes do receptor, e 46 foram de doadores falecidos.

Emanuel Espósito, responsável técnico pelo setor de transplantes, destacou: "Estamos prestes a completar 100 transplantes, o que será uma marca muito importante para nós. Isso acontece em meio à Campanha Setembro Verde, um reconhecimento do nosso trabalho não apenas aqui, mas em todo o estado do Pará. Hoje, Santarém e o Pará representam uma fatia importante da transplantação de órgãos no Brasil."

A campanha "Setembro Verde" dedica todo o mês à conscientização sobre a doação de órgãos, com o objetivo de discutir esse tema na sociedade e fornecer orientações necessárias à população. Para se tornar um doador de órgãos após a morte, é necessário seguir um rigoroso protocolo médico que determina a morte encefálica, uma parada irreversível das funções cerebrais. Atualmente, um paciente que deseja ser doador não precisa deixar um documento escrito, mas deve manifestar seu desejo à família para que seja respeitado.

Antônio Carlos Silva, coordenador da OPO, concluiu: "A doação é um ato de solidariedade da família, é muito importante. Um ato que, com certeza, impacta diretamente na vida de muita gente. Tira alguém da fila por um transplante, de um tratamento de hemodiálise, por exemplo. A gente sempre faz as abordagens por saber que a doação faz a diferença na vida de muitas pessoas."

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