O Governo Federal lança nesta quarta-feira (10), o aguardado edital do Primeiro Concurso Nacional Unificado (CNU), abrindo as portas para mais de 6 mil vagas no setor público. Com a participação de 217 cidades brasileiras, essa iniciativa inovadora promete facilitar o acesso de profissionais de nível médio e superior, provenientes de diversas regiões do país, a concursos públicos realizados por 22 instituições.
O CNU, apelidado de "Enem dos Concursos", seguirá uma estrutura similar ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com provas distribuídas em dois dias em cidades selecionadas. Isso oferecerá oportunidades em variadas áreas. "Trata-se de uma grande novidade para o Brasil por ser um avanço no aprimoramento da gestão de pessoas no setor público", afirma Fernando Coelho, membro do Movimento Pessoas à Frente e professor de Gestão Pública da USP.
Até então, os concursos públicos federais limitavam-se a poucas cidades, e a maioria deles se restringia a Brasília. Com o CNU, busca-se ampliar essa representatividade, permitindo que um número maior de candidatos tenha acesso a essas oportunidades sem os altos custos logísticos e de inscrição.
"A diferença central do concurso no Brasil é que tem muitos cargos e carreiras, o que impacta na variação dos salários. O ideal de um projeto como o CNU no Brasil é ser um ponto de partida para ao longo do tempo pensarmos na integração entre diferentes cargos e carreiras, com salários mais justos, principalmente em cargos que exigem ensino superior", diz Coelho.
A estrutura das provas do CNU compreenderá um dia comum a todos os candidatos, seguido por outro dia com provas objetivas e dissertativas divididas por blocos temáticos de acordo com a área de atuação.
Entre as expectativas geradas pelo CNU está a modernização dos concursos públicos, abrindo espaço para análise não apenas de conhecimentos teóricos, mas também de habilidades e experiências dos candidatos. "Entrevistas em concursos públicos não são regras, são exceções. Buscamos uma modernização de concursos públicos no Brasil para além de conhecimentos em provas escritas, para que também seja possível fazer uma análise de habilidade e experiências", destaca Coelho.
No entanto, desafios como possíveis erros nas provas e a logística eficiente para o grande número de participantes são pontos de atenção para a organização do evento. "Existe uma tensão forte do MGI com a União para dar conta de possíveis litígios ou processos de judicialização que possam tentar impedir um concurso, como questões mal elaboradas", explica Coelho.
As inscrições para o Concurso Nacional Unificado serão abertas de 19 de janeiro a 9 de fevereiro, com a prova marcada para o dia 5 de maio. Para mais informações, o edital estará disponível no site do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, onde também serão divulgados o cronograma, locais das provas e demais detalhes.
* com informações de Exame