O Ministério PĂșblico Federal (MPF) e o Ministério PĂșblico do Estado do ParĂĄ (MPPA) emitiram uma recomendação à Prefeitura e à Secretaria de Educação de Alenquer, oeste do ParĂĄ, exigindo a implementação de salas de recursos multifuncionais em escolas pĂșblicas do municĂpio. Essas salas são destinadas a oferecer atendimento educacional especializado a estudantes com deficiĂȘncia, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação.
Segundo o MPF, a iniciativa, parte do projeto Ministério PĂșblico pela Educação (MPEduc), visa melhorar a qualidade da educação oferecida na rede pĂșblica de ensino bĂĄsico. A recomendação é resultado de um acompanhamento do serviço de educação em Alenquer, que identificou a ausĂȘncia desses recursos em vĂĄrias escolas do municĂpio, apesar da alta demanda.
Segundo dados do projeto Diversa, citados na recomendação, Alenquer possui 294 estudantes matriculados na educação especial, com cerca de 80% deles frequentando escolas pĂșblicas municipais. No entanto, as taxas de reprovação, abandono escolar e distorção idade-série entre esses alunos são significativamente maiores em comparação com estudantes da educação bĂĄsica comum.
Para viabilizar a implementação das salas de recursos multifuncionais, o Ministério da Educação oferece recursos financeiros através do programa Escola AcessĂvel, que destina de R$ 20 mil a R$ 45 mil por escola para a aquisição de materiais especĂficos. No entanto, a participação no programa requer que as escolas disponham do espaço fĂsico necessĂĄrio, entre outros requisitos.
A recomendação dos procuradores da RepĂșblica e do promotor de Justiça inclui uma série de medidas a serem adotadas pela prefeitura e pela secretaria de Educação, como levantamento técnico atualizado sobre as necessidades dos alunos, adesão ao Programa Escola AcessĂvel, coordenação e capacitação de pessoal especializado, viabilização do espaço fĂsico conforme normas de acessibilidade, e realização de atos administrativos para garantir a concretização das medidas propostas.
O não cumprimento infundado dessa recomendação pode resultar em medidas judiciais por parte do Ministério PĂșblico.