Justiça condena Hydro Alunorte a pagar R$ 150 milhões por danos ambientais em Barcarena, no PA

A Justiça do Pará condenou a mineradora Hydro Alunorte, controlada pela multinacional norueguesa Norsk Hydro, a pagar R$ 150 milhões em indenizações por danos ambientais causados em Barcarena, no nordeste paraense. A decisão, considerada histórica, destina o valor às comunidades afetadas pela poluição gerada pela operação da refinaria de alumina.

A Hydro Alunorte opera em Barcarena, uma região importante para a extração de bauxita e alumínio. No entanto, a empresa foi responsável por graves impactos ambientais e sociais, principalmente devido à emissão de gases poluentes e ao vazamento de resíduos tóxicos. Essas ações prejudicaram diretamente as comunidades ribeirinhas e indígenas, que dependem dos recursos naturais para pesca, agricultura e acesso à água potável. A contaminação do ar, dos rios e do solo trouxe prejuízos tanto para o meio ambiente quanto para a saúde dos moradores locais.

Um dos casos mais graves ocorreu em 2018, quando a refinaria foi acusada de despejar resíduos tóxicos no Rio Murucupi. Esse incidente intensificou os protestos da população e levou a um aumento das ações judiciais contra a mineradora. Os moradores de Barcarena, especialmente crianças e idosos, começaram a apresentar doenças respiratórias, dermatológicas e digestivas, como resultado direto da contaminação ambiental. A poluição do ar e a falta de acesso à água potável elevaram os riscos de doenças infecciosas, agravando ainda mais a situação de vulnerabilidade dessas comunidades.

A condenação da Hydro Alunorte foi proferida em maio de 2024, após a análise de laudos técnicos que comprovaram a responsabilidade da empresa pelos danos ambientais. A mineradora foi condenada a pagar R$ 150 milhões em indenizações e a adotar medidas corretivas para mitigar e prevenir futuros impactos ambientais. A decisão judicial destaca a importância da responsabilidade social e ambiental das grandes corporações, especialmente em regiões sensíveis como a Amazônia.

Em resposta à condenação, a Hydro Alunorte anunciou uma série de medidas para mitigar os danos causados e evitar novos incidentes. A empresa se comprometeu a modernizar seu sistema de monitoramento ambiental e a aprimorar a gestão de resíduos gerados em suas operações. Além disso, a mineradora afirmou que fará investimentos em projetos de infraestrutura, capacitação profissional e melhoria no acesso a serviços básicos nas comunidades impactadas pela poluição. A empresa também se comprometeu a criar canais de comunicação diretos com os moradores locais, buscando maior transparência em suas operações.

A condenação da Hydro Alunorte também reforçou o papel de órgãos como o Ibama e o Ministério Público Federal na proteção dos direitos das populações afetadas por atividades industriais. Além disso, o caso levanta questões importantes sobre a responsabilidade corporativa e a necessidade de políticas ambientais mais rigorosas, principalmente em áreas ambientalmente sensíveis como a Amazônia.