Depois das comunidades indígenas, começa a vacinação dos quilombolas no Pará

A população quilombola paraense a ser vacinada é de 129.770, segundo o Ministério da Saúde.

Por Pablo Vastei em 01/04/2021 às 07:58:27

Foto: Reprodução/Agência Pará

A primeira comunidade quilombola do Estado do Pará a receber as vacinas contra a Covid-19 foi São José do Patauateua, em Irituia, na região do Capim. O governador Helder Barbalho esteve no local, nesta quarta-feira (31), conferindo a aplicação dos imunizantes nos membros das 27 famílias que moram no local, que resiste desde 1964.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a população quilombola paraense a ser vacinada é de 129.770. Irituia recebeu 3.149 mil doses, e com apoio de 12 profissionais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) entre 500 e mil pessoas acima de 18 anos seriam vacinadas só hoje.

Durante o ato solene que antecedeu o início da vacinação, o chefe do Executivo Estadual reforçou que, por tratar-se de um Estado com características continentais, as estratégias de saúde precisam levar em conta as peculiaridades de cada região.

"Estar aqui nesta comunidade remanescente, assim como tantas outras, quando começa a vacinação em todos os municípios onde houver comunidades quilombolas é muito importante, porque reforça o trabalho, os esforços de garantir a vacinação por todo o Pará", declarou Helder Barbalho.

À ocasião, estavam presentes os prefeitos de Irituia, Marcos Tonheiro; Ipixuna, Artemes Oliveira; Peixe-boi, Neto Cavalcante; Mãe do Rio, Doido Rabelo; Capitão Poço, João Tonheiro; Garrafão do Norte, Edilma Alves; e São Miguel do Guamá, Eduardo Pio X, além dos deputados estaduais Antônio Tonheiro e Victor Dias, e do deputado federal Eduardo Costa.

Há muitos meses que a rotina de seu Raimundo Pinto, de 68 anos, mudou drasticamente. Cada vez que ele deixa a comunidade São José do Patauateua, onde nasceu e se criou, por necessidade de ir a alguma cidade próxima, não fica sem máscara nem sem álcool em gel, além do cuidado em se manter distante de aglomerações. Hoje ele foi um dos vacinados contra a Covid-19.

"A expectativa era grande para que a vacina chegasse até nós. Rezamos pelos profissionais da Saúde para que desenvolvam com amor esse trabalho", contou. Poucas pessoas adoeceram na comunidade, e eles creditam esse bom cenário ao cumprimento das regras de prevenção difundidas mundialmente, como o uso de máscaras, de álcool em gel e a prática do isolamento social.

"Como minha mulher tem problemas de saúde, cada vez que vou a Irituia ou a São Miguel do Guamá, a roupa que uso na rua fica em uma barraca separada, onde depois eu vou lavar. O problema são os mais jovens, que gostam de sair, de jogar uma bola, mas no geral as pessoas mais velhas aqui são mais conscientes", relatou seu Raimundo.

O governador reforçou que todos os 144 municípios paraenses já receberam o quantitativo suficiente para vacinar idosos a partir de 60 anos, e que nesta semana, com a chegada de novas doses, pretende avançar a imunização do grupo prioritário alcançando aqueles que possuem comorbidades.

Foto: Reprodução/Agência Pará

 

"Temos olhar atento àqueles que estão mais sensíveis ao momento em que se infectam e acabam precisando de leito, porque o caso agrava e há a necessidade de internação. Para isso, é fundamental o envolvimento dos profissionais de Saúde, das prefeituras, da Ciência, todos unidos em um único propósito que é o de vencer a pandemia", justificou Helder Barbalho.

Além de ser o Estado que mais vacinou contra o novo coronavírus esta semana, ritmo este que o governador afirmou ser necessário manter para ampliar a imunização, houve também aumento do número de leitos na região Nordeste. Hoje, o Para conta com um total de 2.038 leitos clínicos e de terapia intensiva, sendo que hoje foram abertos mais 55 em Bragança, outros 28 em Capanema e Castanhal conta agora com 160 vagas.

Fonte: AgĂȘncia ParĂĄ

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