Coronel investigada por venda de vagas é exonerada do Comando de Policiamento Ambiental

Segundo os depoimentos de outros policiais, mediante pagamentos, militares podiam ocupar as vagas que eram abertas com as transferências de antigos membros da companhia.

Por Pablo Vastei em 12/08/2021 às 15:22:06

Foto: Reprodução

A coronel Andréa Keyla Leal Rocha foi exonerada do comando do Comando de Policiamento Ambiental (CPA). A oficial é investigada por comandar um esquema de venda de vagas na polícia ambiental junto com do sargento Gildson dos Santos Soares, cuja prisão foi determinada pela Justiça Militar no último dia 26 de julho, na mesma decisão que afastou a coronel por 120 dias. Entre as acusações pelas quais a coronel e o sargento são investigados, estão venda de vaga para a 1ª Companhia de Policiamento Ambiental (CIPAMb) no município de Santarém, ameaças de morte, assédio moral, falsificação de documentos e tortura. 

O requerimento que pediu o afastamento foi feito pelo promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, e pela promotora de Justiça de Santarém, Dully Araújo. Segundo os depoimentos de outros policiais, mediante pagamentos efetuados ao sargento Gildson, militares podiam ocupar as vagas que eram abertas com as transferências de antigos membros da companhia.

Em um dos depoimentos, anexado ao processo, um policial disse que a coronel costuma agir "de forma muito autoritária" e dizia ainda que, na companhia, “só fica quem ela quer e, quem ela não quer, ela transfere”. Ainda segundo os denunciantes, a coronel se aconselhava com o sargento, com quem tinha um relacionamento amoroso, e todos que tinham algum problema com Gildson, eram transferidos.

Segundo os relatos dos policiais ouvidos no inquérito, as várias transferências eram feitas para que os indiciados pudessem vender as vagas na unidade. Um policial relatou que o sargento Gildson cobrava até 10 mil reais pela transferência para a Companhia de Policiamento Ambiental. O mesmo policial disse ainda que se sentia intimidado pelo sargento, pois ele constantemente ameaçava de morte outros policiais da Companhia. Gildson teria chegado a dizer que, se alguém fosse depor contra ele, mataria os familiares dos policiais. Em outra grave acusação, os militares dizem que Gildson falsificava o livro de cautela de armas da Companhia, assinando um termo de cautela como se fosse a coronel Keyla.

Agora, afastada definitivamente do Comando, a coronel Keyla continua proibida de frequentar o CPA. Ela passa a chefiar o Comando de Policiamento Especializado (CPE).

Fonte: Amazônia/O Liberal

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