TJ-PA realiza campanha "Dignidade Feminina" para arrecadação de absorventes

A campanha do Tribunal de Justiça tem como objetivo combater a pobreza menstrual no estado.

Por Pablo Vastei em 14/03/2022 às 06:34:45

Distribuição de absorventes vai atingir mulheres carentes no estado - (Foto: burin kul por Pixabay)

O Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) está realizando uma campanha contra a ‘pobreza menstrual’, que tem como principal objetivo combater a falta de acesso a absorventes íntimos para mulheres no estado. O TJ-PA lançou a campanha “Dignidade Feminina”, para arrecadar doações de absorventes até o dia 28 de março, o produto de higiene deve beneficiar mulheres em situação de vulnerabilidade social.

A campanha está recebendo absorventes descartáveis externos, internos ou cirúrgicos. Os postos de entrega das doações funcionarão no Serviço Médico do prédio-sede do TJPA, na Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) e nas secretarias do Fórum Cível.

Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera o acesso à higiene menstrual um direito que deve ser tratado como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Entretanto, a pobreza menstrual, ou seja, a falta de acesso a itens básicos de higiene durante o período de menstruação, afeta negativamente parte importante das mulheres no país.

A médica-chefe do Serviço Médico do TJPA, Maria Ivone de Freitas, falou da importância da realização da campanha de aquisição de absorventes, que apesar de serem insumos tão presentes no dia a dia, muitas vezes são itens de difícil acesso às mulheres de baixa renda. 

“Há algumas décadas, as mulheres não contavam com estes artefatos descartáveis durante o período menstrual. Elas usavam as famosas ‘toalhinhas ou panos avulsos’, que as obrigavam a lavar e estender nos varais de seus quintais.” – enfatizou.

A médica explica que o uso desses itens fazia com que as mulheres ficassem mais expostas em sua intimidade, ficassem inseguras em suas atividades diárias e também tivessem mais facilidade em adquirir infecções ginecológicas por contaminação.

Os primeiros absorventes eram inicialmente comercializados por valores altos, levando o item a ser considerado um artigo para mulheres de classe média e média-alta, e para mulheres mais liberais. “A partir daí, estas mulheres passaram a se sentir mais libertas e mais seguras para vivenciar ‘estes dias’”, afirmou a médica Maria Ivone de Freitas.

“Desta feita, as mulheres de baixo rendimento sempre tiveram condições inferiores em adquirir os inúmeros absorventes que hoje em dia encontramos nas prateleiras dos supermercados, farmácias e lojas de conveniência. Assim, elas mantêm as situações vividas pelas mulheres na primeira metade do século XX.” – finalizou.

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