Há anos em andamento, o projeto "Desenvolvimento de Modelos Computacionais para a Predição de Atividades Biológicas e Farmacocinéticas de Peptídeos" está revolucionando a pesquisa farmacêutica. "Essa barreira é formada por células endoteliais que revestem os capilares sanguíneos no cérebro, juntamente com células da glia, como astrócitos e pericitos", explica o Prof. Dr. Kauê Santana, do Laboratório de Simulação Computacional da Ufopa (Iced), líder do projeto.
Kauê Santana destaca que a equipe desenvolveu modelos computacionais capazes de prever a capacidade dos peptídeos de atravessar membranas celulares, incluindo a barreira hematoencefálica. Essa habilidade é essencial para alcançar alvos moleculares em doenças como Parkinson e Alzheimer. "Entre as atividades farmacocinéticas dos peptídeos que devem ser analisadas no projeto está a penetração de compostos na barreira hematoencefálica", adiciona o pesquisador.
Os peptídeos, biopolímeros resultantes do metabolismo proteico, têm grande potencial farmacêutico. "Essas moléculas apresentam inúmeras aplicações farmacêuticas devido a suas atividades biológicas e propriedades farmacocinéticas", afirma o professor.
Os resultados preliminares foram recentemente publicados no Journal of Chemical Information and Modeling da American Chemical Society (ACS). "O propósito da equipe é desenvolver modelos computacionais e bases de dados que permitam investigar propriedades físico-químicas e estruturais de peptídeos de origem natural e sintética", detalha o Prof. Dr. Claudomiro Sales, do Laboratório de Inteligência Computacional e Pesquisa Operacional (LINC) do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A colaboração entre pesquisadores brasileiros e internacionais, como os professores Claudomiro Sales e Anderson Lima da UFPA e os pesquisadores Bart Spiegeleer e Evelien Wynendaele da Universidade de Ghent, na Bélgica, promete continuar gerando avanços significativos na busca por tratamentos mais eficazes e inovadores para condições neurológicas desafiadoras.