A Polícia Federal realizou entre os dias 24 de fevereiro e 02 de março uma operação de combate ao trabalho escravo em uma fazenda no município de Uruará, oeste do estado. A ação contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Previdência.
A investigação teve origem a partir de uma informação recebida pela Delegacia da Polícia Federal em Santarém, dando início às diligências para descoberta de novos dados sobre o caso.
De acordo com a PF, há cerca de três meses, trabalhadores de outras cidades do Pará foram levados para trabalhar na fazenda, entretanto, não foram fornecidas condições mínimas de estadia e alimentação, essas pessoas não possuíam recursos para retornar às suas cidades.
Oito homens e uma mulher, além de um bebê de nove meses foram resgatados, aos agentes eles relataram que desde a três meses recebiam apenas arroz e feijão para a alimentação. Outros trabalhadores da fazenda também apresentaram graves irregularidades trabalhistas.
Situação de escravidão
Foram constatadas: ausência de assinatura de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) a ausência de realização de exames médicos admissionais; a falta de instalações sanitárias e de abrigo para proteção contra intempéries nas linhas de trabalho; o não fornecimento de equipamentos de proteção individual e de materiais de primeiros socorros.
Foi constatado, também, que a água, consumida pelos trabalhadores, era retirada de um açude sem qualquer processo de tratamento, mesmo local que usavam para se banhar e lavar suas roupas; assim como os alojamentos que estavam em condições degradantes de higiene, segurança e conforto.
Segundo a PF, foi adotada logística especial de preservação de todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos investigados, testemunhas e policiais com a finalidade de evitar o contágio do Covid-19.