Homem que matou padre é condenado a 19 anos de prisão em Santarém, no PA

Foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado Cristian Roberto da Silva, de 20 anos, pelo assassinato do Padre José Ronaldo de Brito. O crime aconteceu em janeiro do ano do passado na casa do sacerdote localizada na Ocupação Bela Vista do Juá, em Santarém, oeste do estado. Cristian Roberto foi julgado em sessão de Júri Popular realizada nesta quinta-feira (24), no Fórum de Justiça de Santarém.

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Em depoimento, o réu contou que nunca soube que José Rinaldo era padre, que soube apenas quando foram vinculadas as notícias que o sacerdote havia sido encontrado morto dentro de casa na Ocupação Bela Vista do Juá. Cristian Roberto conta que o padre se apresentava como ‘Professor Robson’, e foi assim que o réu se referiu ao padre durante toda a audiência.

Cristian contou ainda que mantinha um relacionamento afetivo com a vítima desde o ano de 2018. Ele revela que a relação entre os dois começou após Padre Ronaldo lhe deu dinheiro para que ele e um amigo pudessem comprar cerveja. Depois disso, conta ele, que os dois passaram a manter contato, se aproximaram e passaram a ter relações sexuais.

Motivação do crime

Ainda em depoimento, Cristian Roberto da Silva, contou que na noite do crime após os dois ingerirem bebida alcoólica, Padre Ronaldo teria tentado ter uma relação não consensual com ele. De acordo com o réu, o padre era sempre o passivo na relação, e que na noite da virada de ano, a vítima insistiu para ser o ativo e isso gerou o desentendimento entre eles que culminou com a morte do sacerdote. Cristian legou que agiu em legítima defesa e sem intenção de matar, mas não convenceu o júri.

“No dia em que tudo aconteceu, eu falei que não ia rolar nada porque eu tava com muita dor, mas ele queria que fosse naquela hora, e saiu resmungando na direção da cozinha, quando eu tirei o braço de cima do rosto vi que ele já vinha com a faca na mão. Achei que era brincadeira porque ele nunca tinha demonstrado esse tipo de comportamento agressivo. Perguntou: ‘E aí tu vai querer me dar ou não vai?’.” – contou o réu

Após isso o réu contou que pediu para o padre ter calma, que ia acontecer o que ele estava querendo. Eles se abraçaram e foi quando ele conseguiu que o padre soltasse a faca e ela caiu no chão. “Ele tentando pegar [a faca], mas eu não deixava, eu consegui pegar a faca, foi na hora que ele não queria me soltar, queria porque queria a faca, nessa hora eu empurrei ele junto com faca, ele caiu no chão e se levantou, nisso ele já tava com mão cheia de sangue e eu sai correndo.” – contou.

Ao logo de toda o dia, 10 testemunhas foram ouvidas. Entre eles estavam a delegada que presidiu o inquerido do caso e policias que atenderam uma ocorrência de acidente de trânsito que o réu se envolveu na madrugada do crime.

A prisão

Cristian Roberto da Silva se apresentou na 16ª Seccional da Polícia Civil de Santarém no dia 4 de janeiro de 2021. Ele chegou na delegacia acompanhado de seu advogado e prestou depoimento. Ele revelou que havia se desentendido com o padre, o que teria motivado o crime. Na época o suspeito havia relevado que após ter matado o padre com um golpe de faca no pescoço, pegou o carro que era usado pelo sacerdote, com a intenção de fugir, mas acabou perdendo o controle do veículo e batendo no muro de uma residência na Rodovia Fernando Guilhon.

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O Caso

O corpo do Padre José Ronaldo de Brito, de 38 anos, foi encontrado na tarde do dia 3 de janeiro de 2021 na casa onde ele morava, localizada na área de ocupação conhecida como Bela Vista do Juá, na zona oeste de Santarém, no Pará. O padre estaria morto há pelo menos dois dias, o corpo dele foi encontrado em um dos quartos por amigos foram a casa e pularam o muro.

Segundo informações de vizinhos do sacerdote, desde o dia primeiro de janeiro não foi notada mais nenhuma movimentação na residência.

De acordo com a Polícia Militar, a equipe foi acionada pela Arquidiocese de Santarém, que informou que um padre havia sido encontrado morto, quando chegaram no local a Polícia Civil já estava fazendo os primeiros levantamentos e acionado a perícia. A equipe do Instituto Médico Legal (IML) esteve no local e fez a remoção do corpo, que já estava a pelo menos dois dias no local considerando o avançado estado de decomposição.

De acordo com o IML, na análise preliminar não foi encontrado nenhum ferimento de faca ou bala no corpo do padre, mas o corpo estava ensanguentado. No local, de acordo IML, havia pratos sujos, o que indica que a vítima esteve acompanhada.