O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), revelando uma redução significativa na área recoberta por alertas de desmatamento no Pará. Comparado ao mesmo período do ano anterior, o estado apresentou uma diminuição de 70% em abril de 2023. Enquanto em 2022 foram registrados 291 km² de área recoberta por alertas de desmatamento, no mês passado esse número caiu para 86 km².
Essa redução é resultado de ações ostensivas de combate a ilícitos ambientais, incluindo a Operação Curupira, e de medidas voltadas para a mudança da matriz econômica e o desenvolvimento sustentável no estado. O Pará vem buscando implementar o Plano Estadual de Bioeconomia, apresentado durante a última Conferência do Clima (COP 27) e já em andamento. Além disso, está em construção o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, que será entregue na COP 28, em Dubai.
O governo paraense está empenhado em transformar a matriz econômica estadual por meio do desenvolvimento socioambiental, buscando tornar a floresta viva e em pé uma nova commodity global. O Plano Estadual de Bioeconomia é uma iniciativa pioneira no Brasil, visando proporcionar alternativas para as comunidades que vivem na floresta, permitindo que produzam sem a necessidade de desmatamento.
Mauro O’de Almeida, secretário de meio ambiente do Pará, destacou que o estado se dedica à efetivação das medidas propostas na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). Os principais eixos dessas iniciativas são a bioeconomia e o plano de restauração florestal. Além disso, o governo está trabalhando na construção de um sistema jurisdicional de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+).
Paralelamente, foi deflagrada a operação 'Curupira' pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O objetivo é retirar o Pará do ranking dos estados que contribuem para a degradação ambiental na região amazônica. Com três bases fixas implantadas em São Félix, Uruará e Novo Progresso, o Executivo Estadual tem concentrado esforços na região sudoeste do estado, combatendo garimpos ilegais, extração de madeira irregular e desmatamentos. A ação está embasada no Decreto N° 2.887, que estabelece estado de emergência ambiental em 15 municípios paraenses.