Pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desova de Tartarugas Marinhas (PMDTM) alcançaram um marco importante ao instalar na noite da última sexta-feira (19), o primeiro transmissor via satélite em uma tartaruga marinha na Praia do Atalaia, localizada em Salinópolis, região nordeste do Pará. O animal, pertencente à espécie Lepidochelys olivacea, conhecida como tartaruga oliva, é o segundo da região Norte do Brasil a receber esse equipamento de rastreamento.
A descoberta do quelônio ocorreu durante a vigilância noturna realizada pelos profissionais do PMDTM, durante a maré alta. Os biólogos contaram com o apoio dos agentes do Departamento de Trânsito do Estado (Detran) no transporte seguro do animal para uma área apropriada, onde o dispositivo foi instalado.
A partir de agora, será possível acompanhar em tempo real toda a trajetória dessa tartaruga marinha. Além de fornecer a localização precisa, os transmissores também são capazes de registrar informações sobre o comportamento de mergulho dos animais, incluindo frequência, duração e profundidade, bem como a temperatura da água.
Os especialistas destacam que esse avanço permitirá uma compreensão mais aprofundada sobre a história natural dessas espécies. Caso uma tartaruga marinha seja avistada viva, em atividade reprodutiva ou morta, o projeto solicita que a população entre em contato através do número de telefone (91) 99374-6768.
Medidas de proteção têm sido implementadas para garantir a preservação das tartarugas marinhas no litoral do Pará. Desde fevereiro de 2023, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), com o auxílio dos órgãos de segurança pública, proibiu o acesso de veículos motorizados em uma área de três quilômetros a partir da faixa de areia, com o objetivo de assegurar a reprodução de cinco espécies de tartarugas marinhas que desovam nessa região.
Atualmente, mais de 200 ovos de tartarugas estão em processo de desenvolvimento na área da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia, que é gerenciada pelo Ideflor-Bio. A evolução desses quelônios está sendo monitorada por biólogos e pesquisadores da Mineral Engenharia e Meio Ambiente, empresa responsável pela execução do PMDTM.
Essa iniciativa faz parte das medidas de mitigação exigidas pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A empresa monitora as áreas de desova de tartarugas em vários pontos do litoral paraense, visando à preservação dessas espécies.