Polícia Federal desarticula megaesquema criminoso de contrabando de cigarro e tráfico de pessoas

Estão sendo cumpridos 59 mandados, além do bloqueio de R$ 20 milhões em bens dos investigados.

Por Pablo Vastei em 14/11/2023 às 18:38:01

Foto: Divulgação/Polícia Federal

Na manhã desta terça-feira (14), uma ação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério do Trabalho deu início à Operação Illusio. O objetivo: desmantelar uma organização criminosa envolvida na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, descaminho de maquinário para sua fabricação, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação de documentos, crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.

A operação resultou no cumprimento de medidas de sequestro de bens e valores contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, totalizando um montante de R$ 20 milhões. Mais de 165 policiais federais estão envolvidos na execução de 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão.

As ações ocorreram em diversas cidades, incluindo Manaus/AM, Capim Grosso/BA, Belo Horizonte/MG, Divinópolis/MG, Itaúna/MG, Nova Lima/MG, Nova Serrana/MG, Pará de Minas/MG, Pitangui/MG, São Gonçalo do Pará/MG, Barueri/SP, Carapicuíba/SP, Indaiatuba/SP, Osasco/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Caetano do Sul/SP, São Paulo/SP, Taiuva/SP e Nova Ipixuna/PA.

Foto: Divulgação/Polícia Federal

A investigação, liderada pela Polícia Federal com suporte da Receita Federal, desvendou toda a cadeia de produção dos cigarros clandestinos na região de Divinópolis, além de revelar a estrutura criminosa por trás da fabricação dos cigarros paraguaios falsificados.

Segundo informações reveladas, a quadrilha, liderada por um empresário de Barueri/SP, recrutava trabalhadores no Paraguai, trazendo-os para fábricas clandestinas em solo brasileiro, na região de Divinópolis/MG. Lá, eram submetidos a condições desumanas, assemelhadas à escravidão, mantidos em cárcere privado, sob vigilância e incomunicáveis por meses, privados até mesmo do contato com o mundo exterior e sem conhecimento do local onde estavam, muitas vezes conduzidos com os olhos vendados.

A distribuição dos cigarros falsificados ocorria por meio de caminhões, dissimulados entre cargas legítimas de calçados produzidos na região de Nova Serrana/MG.

Os detidos enfrentarão acusações que podem resultar em penas máximas consideráveis, variando de acordo com os crimes cometidos, incluindo organização criminosa, contrabando de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação de documentos, crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.

O nome "Illusio" faz alusão à ilusão vendida ao consumidor final, que adquiria os cigarros falsificados acreditando serem produtos contrabandeados do Paraguai.

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