A região amazônica guarda riquezas culturais, que são preservadas por meio da tradição e religiosidade. Em Alter do Chão, distrito de Santarém, a festa do Sairé une o sagrado e profano e movimenta a vila balneária onde o rito é realizado todos os anos, sempre no mês de setembro. Há mais de 20 anos que dentro dessa programação, uma lenda se transformou em um dos espetáculos mais bonitos da região, e quem tem crescido todos os anos, o Festival dos botos. A disputa entre Tucuxi e Cor de Rosa não conta apenas a história tão conhecida, mas retrata também a voz e o pedido de um povo, expressado por meio da cultura e da arte, por valorização e respeito.
Na beira do Amazonas, uma ilha chamada Parintins também promove por meio de expressões culturais, a luta pelos direitos dos povos indÃgenas e a valorização cultural na região. O Festival de Parintins é conhecido como o maior espetáculo a céu aberto do mundo e é realizado há mais de 100 anos, no meio da Amazônia. A disputa entre Boi Caprichoso e Garantido é reflexo de uma identidade cultural mantida por um povo que encontra na arte uma maneira de mostrar seu jeito e costumes.
Um projeto está garantindo a união dessas duas artes na luta pela preservação e valorização da cultura na Amazônia. "De Arte e Fé se Faz o Çairé" vai levar a Festa do Sairé para outro lugar, permitindo o intercâmbio cultural e o diálogo entre pessoas que sobrevivem da cultura. A iniciativa visa fortalecer e divulgar a festa do Sairé e de outras manifestações, por meio da troca de ideias e na valorização de artistas que manifestam a arte em suas diversas formas, exaltando o trabalho dos artesãos, indumentarista, artistas da música, da dança e da cênica.
Artistas que constroem essa festa desembarcam em Parintins este fim de semana, e durante uma semana vão estar discutindo a cultura e a maneira de produzir arte na região. "É um sonho de artistas de Alter do Chão. Tivemos a boa notÃcia que esse projeto de intercâmbio cultural, de Alter do Chão que recebe há mais de 23 anos artistas de Parintins, nós irÃamos pela primeira vez levar a nossa arte, nossa dança e nossa história através do espetáculo que envolve os dois botos que protagonizam o Festival há 23 anos" enfatizou Daniel Costa, coordenador do projeto.
Ele ressalta ainda que essa parceria só tem a somar para os festivais, que tem aumentada a cada ano e firma uma parceria na expectativa de bons frutos.