A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) será realizada na Amazônia, pela primeira vez. O anúncio da conferência, que discute mudanças climáticas no mundo e trata de alternativas para melhorar as condições do clima, em especial para a redução dos gases de efeito estufa, foi feito em 2023. Como o Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo, é fundamental a sua participação e atuação nas discussões sobre os avanços nas divisões sobre o clima.
O evento levanta assuntos e metas como redução das emissões de metano, combate ao desmatamento, uso de fontes renováveis de energia, proteção das florestas, promoção de formas sustentáveis de agricultura, pautas essas que foram inicialmente elaboradas no Protocolo de Kyoto, em 1997, um tratado internacional de controle de gases de efeito estufa na atmosfera. Algumas dessas metas, estabelecidas no tratado, não foram cumpridas e seguem até hoje sendo pauta entre as COPs que acontecem anualmente.
O professor e especialista em geografia, Tiago Souza, acredita que durante a COP 30 um dos temas fundamentais a serem discutidos são as mudanças climáticas, e um dos principais tópicos será os compromissos nacionais e internacionais em relação à redução das emissões dos gases do efeito estufa, pauta essa que vem sendo discutida há anos nas conferências. "De certa forma, os países acabam conseguindo reduzir a emissão de gases, mas não de maneira absoluta", observa Souza.
Outras questões, como o uso de fontes renováveis de energia e a cooperação entre os países em relação ao compartilhamento de informações sobre novas tecnologias, são metas que foram aplicadas e conseguiram ser cumpridas. Já o combate ao desmatamento e a proteção das florestas foram metas que não atingiram cem por cento dos seus objetivos. O não cumprimento dos tópicos discutidos acaba sendo levado como pauta para o próximo encontro.
"A COP30 é o desenrolar da Eco 92, da Rio +20 e deve reforçar a necessidade urgente de ações para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Enfatizando sempre, claro, a proteção aos ecossistemas, a biodiversidade e a saúde pública", defende o professor.
Para a COP 30, foi incluída também a meta de zerar o desmatamento ilegal no mundo até 2030. Os países responsáveis devem levar em consideração a importância da conservação, da proteção da natureza, principalmente da Amazônia. Souza explica ainda que a participação ativa dos movimentos ambientalistas será fundamental para pressionar os tomadores de decisão na definição de estratégias eficientes:
"Há uma crescente pressão internacional e isso cria um ambiente propício para que medidas mais concretas e ambiciosas também sejam finalmente estabelecidas e saiam somente do papel. A implementação efetiva dessas promessas está sendo feita, foram feitas em palestras e conferências anteriores".