Durante a pandemia da Covid-19, as novas tecnologias se tornaram protagonistas e fundamentais para a atuação das empresas na comunicação entre clientes, equipes, empresas e mercados. As indústrias precisaram se adaptar a uma nova rotina de home office, com a necessidade de um planejamento de equipes, investimento em capacitação de profissionais e preparação do funcionário para atuar em mercados e setores globais.
Localizada no oeste do Pará, a MRN, que atua na mineração de bauxita no distrito de Porto de Trombetas, remodelou os processos de gestão de pessoas. As estratégias da empresa foram redesenhadas com o objetivo de reforçar a cultura e se adaptar aos desafios que vieram com a crise do coronavírus. “A pandemia exigiu, por vezes, uma gestão feita à distância, com novas ferramentas digitais, que possibilitaram tanto para alcançar os clientes quanto para conectar os times; novos conhecimentos sobre segurança, legislações e obrigatoriedades, e também, um olhar mais atento e acolhedor ao nosso profissional”, destacou Almer Moreira, gerente geral de Recursos Humanos da MRN.
Desde 2021, a mineradora utiliza novas abordagens para uma aprendizagem transformada digitalmente. Getúlio Santana, 39 anos, engenheiro de manutenção, trabalha na MRN há um ano e meio, e se adaptou ao novo cenário. “Meu processo de entrevista foi todo on-line. Participar de uma videochamada foi inovador, pois eu nunca tinha feito um processo seletivo à distância. E o mais desafiador foi tentar passar todo meu conhecimento e empatia para um recrutador, por meio de uma tela. Hoje, tenho mais facilidade e me adaptei ao novo formato. A tecnologia possibilitou ainda pessoas que moram em áreas remotas, muito comuns na região, buscarem a qualificação e terem acesso à variedade de cursos. Eu optei por um MBA em Gestão de Manutenção na modalidade EAD, em que posso adquirir conhecimento e fazer trocas com pessoas de todo o país. Como pretendo investir na carreira gerencial, essa possibilidade é mais uma ferramenta para seguir nesse objetivo”, complementou o engenheiro.
Oportunidades globais
Na Alubar, que é a maior fabricante de cabos elétricos de alumínio da América Latina e a maior produtora de vergalhões de alumínio do continente americano, as razões para se adaptar a um fluxo global vieram antes mesmo da pandemia e, de lá para cá, só se intensificaram. A empresa adquiriu sua primeira planta fora do Brasil no final de 2019, uma fábrica localizada na província de Québec, no Canadá, onde o idioma oficial é o francês.
Para os colaboradores que buscam aproveitar novas oportunidades na empresa, aprender um novo idioma tornou-se uma necessidade. A Analista de Comunicação Mayra Araújo trabalha há 8 anos na unidade da empresa em Barcarena, no Pará. Ela desenvolve, principalmente, produtos e campanhas voltados ao público interno. As operações da Alubar na América do Norte e os novos desafios que surgiram com essa aquisição a motivaram a se aprofundar na língua francesa. “Sempre tive dificuldades em aprender outras línguas e isso criou uma espécie de barreira em mim. Com a crescente demanda de campanhas de comunicação interna em níveis globais, precisei iniciar um aprendizado mais profundo no idioma francês. Foi quando a Alubar me concedeu a oportunidade de um curso na Aliança Francesa. Os meus custos com o curso são pagos pela empresa e hoje estou no segundo módulo do nível básico”, relata Mayra.
Outra empresa que também expandiu as oportunidades de crescimento profissional para os funcionários foi a Imerys, que está presente em três estados: Pará, São Paulo e Espírito Santo, com mais de 2.000 funcionários. A Imerys se consolida como o maior produtor do Brasil e um dos maiores da América do Sul em servir o mercado internacional nos segmentos de papel, tintas, plásticos, polímeros, alimentos, fármacos, entre outros.
A gerente de comunicação externa da Imerys na América do Sul, Juliana Carvalho, atua na empresa há 8 anos e passou a ter um maior fluxo de contato com diversas equipes. “Eu passei a falar com muito mais frequência com funcionários da Imerys de outros estados do Brasil e também de fora. O meu trabalho se ampliou para toda a América do Sul e também para outros países, como França e Estados Unidos. A Imerys possui um curso on-line de idiomas disponível aos funcionários. Com inglês e espanhol fluentes eu consegui levar estes novos desafios a frente e aprender muito mais sobre os projetos da Imerys com os colegas de fora do Brasil”, ressaltou a gerente.
Diante do mercado internacional, o trabalho remoto foi essencial para se adaptar às novas demandas do cenário global. “O home office me ajuda a administrar melhor o meu tempo de trabalho, principalmente para me ajustar aos diferentes fusos horários que a minha posição na empresa demanda. No início da pandemia o desafio foi me encaixar nesse "novo horário de trabalho", pois em casa a gente parece estar muito mais disponível. E também me ajustar para trabalhar em fusos horários diferentes, como 2 horas ou 5 horas a mais”, pontuou Juliana Carvalho.
Fonte: Temple Comunicação