Para intensificar os esforços de cuidado à saúde das comunidades quilombolas e ribeirinhas, em Oriximiná, oeste paraense, a Mineração Rio do Norte (MRN) deu início à primeira etapa do Projeto de Apoio e Combate à Malária, com ações preventivas por meio de borrifações de inseticida nas paredes, inspeções embaixo dos assoalhos e pulverização internas nas casas dos moradores. O projeto da MRN é realizado há 23 anos e já beneficiou milhares de famílias.
O cronograma da iniciativa prevê o atendimento de comunidades locais, com duas etapas ao longo do ano, e faz parte do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, em cumprimento a condicionantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As visitas da primeira ação ocorrem até junho. “A ideia é ter um projeto que não tenha apenas um viés curativo, mas também preventivo e de educação”, explica Edmundo Barbosa, coordenador técnico de Saúde Pública da MRN.
“Além de intervenções de controle da doença, realizadas por agentes de saúde, é feita a entrega de materiais educativos com orientações e informações sobre como se prevenir contra a doença. O projeto utiliza lanchas para alcançar as comunidades mais distantes. Todas as 23 comunidades, localizadas nos rios Trombetas, Mapuera e Cachorro, são atendidas em um período de até 20 dias”, complementa Edmundo.
Jéssica Pimentel, de 31 anos, moradora da comunidade Boa Vista, acredita que a ação agrega à rotina de proteção da saúde da sua família e da comunidade. “É bom ter essa parceria e apoio com a campanha para gente e para a comunidade. Também faço a minha parte. Sempre abro as janelas e portas da minha casa para receber o fumacê. Tenho cuidado em não deixar água parada em vasilhas e mantenho caixa de água limpa e fechada”, comenta.
O Projeto tem sido essencial para prevenção, controle e combate à malária, buscando contribuir para a redução de casos na região, além da mortalidade infantil e adulta nas comunidades. A aplicação de inseticida nas paredes e fumacês em volta das casas, é feita com a permissão do morador. Com a pandemia, as palestras em escolas foram adiadas e substituídas por bate-papos com a família.
“Para mim é muito gratificante trabalhar com saúde pública. Levar informação e participar desse bem comum, que é promover saúde aos ribeirinhos e às comunidades, é muito importante. Antes desse serviço, tínhamos inúmeros casos de malária. Com o Projeto, que já funciona há mais de 20 anos, diminuiu bastante”, afirma Davi Matos, que atua há seis anos como auxiliar de Saneamento no Projeto de Apoio e Combate à Malária.
Cuidados
De acordo com Edmundo, além de ação de prevenção, as equipes que visitam as comunidades sinalizam à população sobre adoção de hábitos que auxiliam no controle da doença. Algumas medidas como, por exemplo, reaproveitamento dos ouriços de castanha, utilizando-os na fabricação de biojoias e artesanato, assim como a queima como lenha e carvão para cozinhar, que podem evitar um descarte incorreto do ouriço, como resultar em acúmulo de água. “São orientações que fazem a diferença como sempre manter o ambiente limpo ao redor da casa e não deixar água parada; usar mosquiteiro e repelentes; se possível, evitar pescar ou tomar banho de rio e lagos ao anoitecer ou amanhecer - horários do aparecimento dos mosquitos; usar roupas que protejam pernas e braços e abrir portas e janelas para receber a dedetização”, afirma.
A malária é uma doença comum no norte do Brasil e é transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles, também conhecido por “mosquito prego”. Ela causa sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar. Pode sentir falta de apetite, calafrios, tremores, náuseas, vômitos e cansaço. O diagnóstico de malária não pode ser feito apenas pelos sintomas. Portanto é fundamental fazer o teste.
Fonte: MRN