Ao receber o presente das mãos do Papai Noel no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, a menina Evilla Luz, 8 anos, abriu um largo sorriso. Ela sabia que dentro da embalagem havia o brinquedo tão esperado: uma boneca Barbie careca, do jeito que ela pediu. Evilla trata uma leucemia há mais de dois anos, e passou um período sem cabelo devido ao efeito colateral da quimioterapia. Na época, apesar do desafio adicional ela não se abateu. Via sempre sua beleza suplantar o sofrimento. Hoje, com o cabelo curto, a autoestima se mantém elevada e o sorriso espontâneo continua iluminando o rosto da menina.
O desejo da pequena paciente foi atendido por um funcionário do Hospital Oncológico Infantil por meio do Projeto “Um sonho de Natal”, desenvolvido pelo setor de Humanização. As cartinhas foram escritas pelas crianças e adolescentes com a ajuda dos pais, e entregues aos profissionais do Hoiol em novembro.
“Eu vi uma propaganda no YouTube e achei ela linda, muito parecida comigo quando fiquei carequinha. Pensei que não iam conseguir encontrar, mas fiquei muito feliz com a minha boneca. Queria tanto!”, disse Evilla.
Os brinquedos foram distribuídos nas clínicas de internação e na Classe Hospitalar Professor Roberto França, na sexta-feira (16). Na ocasião, os alunos-pacientes participaram de atividades lúdicas, aprenderam o verdadeiro significado do Natal, e encenaram as censa do presépio e do anúncio do anjo Gabriel à Maria sobre o nascimento de Jesus. Para completar o momento festivo, o Papai Noel chegou para entregar os presentes.
A alegria de Evilla é compartilhada com a mãe, Cleitianne Saraiva, 30 anos, frequentadora assídua das programações realizadas pela unidade de saúde.
“O Natal é uma das melhores datas comemorativas pra mim. A gente vivencia um clima diferente, em que as nossas esperanças são renovadas. Hoje foi um dia bem especial. Eles aprenderam o verdadeiro sentido dessa festa, que significa muito para os cristãos”, declarou.
A mudança na rotina hospitalar ajuda a minimizar as perdas sociais e psicológicas ocasionadas pelos longos períodos de tratamento. O autônomo Esdra Palmerin, 35 anos, aprovou a iniciativa. Ele veio de Macapá, capital do Amapá, em fevereiro deste ano para acompanhar o filho Pedro Henrique, 7 anos. “Celebrar o Natal é muito importante para as crianças que estão hospitalizadas, longe das famílias e das rotinas a que estavam acostumadas. Eu só tenho a agradecer por todo esse carinho com que somos acolhidos aqui. Cada programação acalenta nossos dias longe de casa, ajuda os nossos filhos a tirarem um pouco o foco do tratamento”, afirmou.
O evento emocionou o público interno do Hospital. O momento de integração aproxima ainda mais os profissionais dos usuários. “Adotar uma cartinha é uma coisa realmente mágica! Presentear uma criança já é especial, mas presentear uma criança que está em uma situação tão vulnerável, é emocionante. Fico com o coração quentinho em saber que contribuí para felicidade da ‘minha criança'. Comprei o presentinho emocionada e ansiosa para que ela gostasse, e me sinto imensamente feliz e com o coração cheio de amor por fazê-la feliz”, disse Beatriz Pinheiro, assistente de Recursos Humanos do Hospital Oncológico Infantil.
Fonte: Agência Pará