Descoberto ninho com mais de 80 ovos de tartarugas marinhas em Praia do Atalaia em Salinópolis, no PA

Um pescador da região identificou um novo ninho contendo mais de 80 ovos de tartarugas marinhas na Praia do Atalaia, em Salinópolis. A descoberta ocorreu em uma área bloqueada na última terça-feira (9), pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), com o apoio dos órgãos de segurança pública.Após a identificação, a equipe do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM) transferiu os ovos para um berçário localizado próximo à Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia. Essa mesma área já abrigava outros 122 ovos encontrados anteriormente em 22 de abril, na faixa de areia do balneário.

Essa medida tem como objetivo garantir um crescimento seguro das tartarugas e prevenir a destruição dos ovos devido ao pisoteio, esmagamento por veículos e os efeitos da maré. O período de incubação varia de 45 a 60 dias, dependendo da temperatura ambiente. Quanto mais quente, mais rápido é o desenvolvimento do embrião.

Os responsáveis por todo esse acompanhamento são biólogos e pesquisadores da Mineral Engenharia e Meio Ambiente, empresa encarregada do PMDTM. Essa iniciativa é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Portanto, a empresa monitora áreas de desova de tartarugas no litoral paraense.

Avanços significativos têm sido observados no meio ambiente da região, e o Ideflor-Bio acredita que a proibição do tráfego de veículos em aproximadamente 3 km do balneário desde fevereiro seja um dos fatores determinantes. Isso fica evidente nas novas desovas de tartarugas marinhas e em outros animais, como as corujas, que escavam seus ninhos nas dunas da UC.

Segundo o presidente do Instituto, Nilson Pinto, o apoio da comunidade e dos órgãos de segurança pública tem sido fundamental para o sucesso da operação. Diariamente, viaturas do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) e da Polícia Militar do Pará (PMPA) restringem o acesso de veículos motorizados a partir do 3º atalho;

Adriana Maués, técnica em Gestão Ambiental, destaca que o Ideflor-Bio reconhece a eficácia da proteção contínua e permanente fornecida pelo Estado na área de desova das tartarugas, mesmo fora dos períodos de feriado. Ela afirma que, com o local preservado e sem interferência humana ou de veículos, tem ocorrido um aumento na subida das tartarugas para realizar esse fenômeno natural na parte adjacente à UC Monumento Natural do Atalaia.

No próximo feriado prolongado de Corpus Christi, de 8 a 10 de junho, o Instituto planeja realizar uma nova operação de bloqueio em conjunto com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Detran, PMPA, Polícia Civil do Pará (PCPA), além de voluntários do Conselho Gestor do Monumento Natural do Atalaia e do PMDTM. Durante esse período, estão previstas novas ações de conscientização direcionadas aos banhistas e comerciantes do balneário.

Essas iniciativas visam proteger e preservar a vida marinha, especialmente as tartarugas marinhas, que são espécies vulneráveis e estão ameaçadas de extinção. O monitoramento constante das áreas de desova, a transferência dos ovos para berçários seguros e a proibição do tráfego de veículos têm contribuído para um ambiente mais propício ao desenvolvimento dessas criaturas.

O sucesso dessas medidas é resultado de uma cooperação entre a comunidade local, os órgãos de segurança pública e as instituições responsáveis pela conservação ambiental. Com o engajamento de todos os envolvidos, é possível garantir a sobrevivência das tartarugas marinhas e a preservação da biodiversidade na região costeira de Salinópolis.

A proteção desses animais e a conscientização sobre a importância da preservação dos ecossistemas marinhos são fundamentais para garantir um futuro sustentável. Ações como o bloqueio temporário durante feriados e a restrição de acesso a determinadas áreas são estratégias eficazes para assegurar a reprodução e o crescimento saudável das tartarugas marinhas.

À medida que avançamos, é essencial que continuemos a promover a conscientização e a implementar medidas de preservação em todo o litoral brasileiro. Somente com esforços conjuntos e um compromisso contínuo com a proteção ambiental poderemos garantir a sobrevivência das tartarugas marinhas e a preservação dos ecossistemas marinhos para as gerações futuras.

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