A Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil do Pará realizou uma operação chamada "Home Broker" no município de Anapu, região Oeste do estado. A ação que iniciou na quarta-feira (5) teve como objetivo apurar fraudes no comércio de créditos florestais virtuais, além do armazenamento e transporte ilegal de madeira.
A operação contou com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Anapu, e resultou na apreensão de impressionantes 662.189 metros cúbicos de madeira em toras e serradas. Essa quantidade equivale a 22 caminhões completamente carregados com o material. A madeira apreendida era adquirida sem origem legal, passava por beneficiamento e era posteriormente vendida utilizando guias florestais falsas de outros empreendimentos, prática conhecida como "esquentamento da madeira".
Segundo informações do delegado-geral da Polícia Civil, Walter Resende, a intensificação das ações contra crimes ambientais, em especial o desmatamento ilegal, tem sido uma prioridade para a instituição. Ele destacou que além da Operação Curupira, que envolve vários órgãos de Segurança Pública, outras investigações estão em andamento para coibir de forma mais abrangente esse tipo de crime.
Além da madeireira autuada, outras três empresas do setor tiveram o Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais (Ceprof) suspenso devido a indícios de fraudes tanto em sua constituição como em sua operação.
Na última sexta-feira (07), foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no município de Jacundá, no Sudeste do estado. Durante a ação, dispositivos informativos foram apreendidos na casa dos investigados.
O diretor da Demapa, delegado Dilermando Tavares, afirmou que o trabalho de fiscalização e combate aos crimes ambientais será intensificado em todo o estado do Pará, incluindo a Região Metropolitana de Belém. Ele destacou que as ações serão voltadas para a proteção da fauna (combatendo maus-tratos e comércio ilegal de animais), da flora (coibindo desmatamento e extração de madeira), dos conflitos no campo, das comunidades tradicionais e quilombolas, da poluição em geral, além de outras agressões ao meio ambiente e patrimônio histórico.
A investigação continua com o objetivo de identificar todos os envolvidos no esquema criminoso. Os indiciados responderão pelos crimes de comércio e transporte irregular de madeira, estelionato, receptação qualificada, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.