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Meio Ambiente

Ibama registra o nascimento de mais de 930 mil filhotes de quelônios no PA

Programa Quelônios da Amazônia acompanha nascimento de tartarugas-da-Amazônia, tracajás e pitiús, destacando os esforços na preservação da biodiversidade na região.


Foto: Divulgação/Ibama

O Programa Quelônios da Amazônia (PQA) celebra conquistas importantes no estado do Pará, especialmente no tabuleiro do Monte Cristo, localizado às margens do rio Tapajós. O monitoramento da eclosão de ovos de quelônios revelou o nascimento impressionante de 931.886 filhotes até o final da primeira semana de janeiro deste ano.

Segundo o Ibama, entre dezembro passado e o início de 2024, aproximadamente 930 mil filhotes de tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), 1.400 de tracajá (Podocnemis unifilis) e 486 de pitiú (Podocnemis sextuberculata) viram a luz do dia no tabuleiro do Monte Cristo. Este local estratégico está situado próximo ao município de Aveiro, nas proximidades de Rurópolis e Itaituba, sendo acessível em seis horas de lancha rápida de Santarém ou quatro horas de carro.

As espécies se reúnem para nidificar durante os meses de outubro e novembro, nas praias do André e do Tabuleiro, atraindo cerca de 15 mil fêmeas para o local. As eclosões ocorrem em 60 dias, com destaque para a tartaruga-da-Amazônia, que só desova em locais específicos, como o tabuleiro do Monte Cristo. As outras duas espécies se dispersam ao longo da calha do rio Tapajós.

O PQA monitora o Monte Cristo reprodutivo desde 1979, quando apenas 327 fêmeas e 18 mil filhotes foram registrados. Graças aos esforços dos servidores do PQA/PA, a espécie se recuperou significativamente.

Ao longo do monitoramento, mais de 21,2 milhões de pequenos quelônios foram soltos no rio Tapajós. A tartaruga-da-Amazônia, espécie dominante, prepara ninhos em 12 locais no Brasil, sendo nove deles monitorados pelo Ibama.

A gestão do PQA é de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo).

No entanto, o coordenador substituto do PQA/PA, Roberto Lacava, observa que em 2024 não será possível igualar os resultados do ano anterior, que alcançou cerca de 1.065.275 nascimentos. Lacava aponta a influência do El Niño como um dos fatores, destacando que vários elementos climáticos afetam o quantitativo, como cheias fortes ou secas intensas.

Foto: Divulgação/Ibama

A região enfrenta predadores naturais, como urubus, garças, jacarés, piranhas e tambaquis. No entanto, o comércio ilegal representa a maior ameaça, uma pressão intensa sobre o tabuleiro do Monte Cristo, e em toda a Amazônia.

A participação ativa da sociedade civil, incluindo comunidades locais e a Universidade do Oeste do Pará, desempenha um papel crucial no apoio ao programa. Ribeirinhos do Monte Cristo e de Araipá, juntamente com a docente Priscila Miorando e alunos da universidade, contribuem com pesquisas científicas e no monitoramento.

O financiamento do PQA/PA provém integralmente da conversão de multas ambientais. Nos últimos dois anos, mais de R$ 1 milhão em conversão de multas foram investidos no programa.

Desde sua instituição em 1979, o Projeto Quelônios da Amazônia (PQA) tem desempenhado um papel vital na preservação das espécies de quelônios na Amazônia. Com aproximadamente 100 milhões de filhotes de quelônios manejados, o Brasil é reconhecido como o único país na América do Sul com estoques significativos de quelônios passíveis de recuperação, viáveis para programas de uso sustentável. A comunidade, ao se associar às iniciativas de proteção e manejo, desempenha um papel fundamental na garantia do bem-estar socioeconômico e ambiental das áreas ao longo dos rios Amazonas e Araguaia/Tocantins.

Atualmente, o Ibama é responsável pelo monitoramento do programa, conforme estabelecido pela Portaria nº 259/2011. O PQA permanece como um instrumento essencial na política de conservação da biodiversidade do governo federal, contribuindo para a fixação das comunidades rurais, a geração de emprego e renda, e a melhoria do bem-estar ambiental.

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