Tartaruga marinha é encontrada em processo de desova na Praia do Atalaia em Salinópolis, no PA

O Ideflor-Bio alerta a população sobre os cuidados necessários para preservar o processo de desova dos animais.

Por Pablo Vastei em 19/05/2023 às 07:05:01

Tartaruga oliva em processo de desova na Praia do Atalaia - (Foto: Reprodução/Agência Pará)

Na madrugada desta quinta-feira (18), algo que antes parecia improvável no principal balneário do litoral paraense devido ao grande fluxo de visitantes, agora está se tornando cada vez mais comum. Uma tartaruga marinha da espécie Lepidochelys olivacea, conhecida como tartaruga oliva, foi encontrada em processo de desova na Praia do Atalaia, em Salinópolis, região Nordeste do Pará.

O raro avistamento foi feito por pescadores da região, que identificaram o animal cavando um ninho próximo a duas barracas. A Polícia Militar do Pará (PM) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) foram acionados para acompanhar esse fenômeno natural. Após a conclusão da desova, por volta das 06h, a tartaruga retornou em segurança ao mar.

Desde fevereiro deste ano, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), com o apoio dos órgãos de segurança pública, implementou uma medida de proteção na Praia do Atalaia. Um trecho de 3 quilômetros da faixa de areia foi bloqueado para veículos motorizados, com o objetivo de preservar a reprodução de cinco espécies de tartarugas marinhas que sobem à praia para depositar seus ovos em diferentes épocas do ano.

Embora seja uma ocorrência incomum, esse não foi o primeiro registro de subida de tartarugas marinhas no litoral paraense. O Ideflor-Bio tem alertado a população sobre os cuidados necessários ao se deparar com esses animais na praia, além de fornecer orientações sobre como contribuir para a preservação da espécie. Adriana Maués, técnica em Gestão Ambiental do Ideflor-Bio, aconselha: "De imediato, o recomendado é isolar a área, oferecer sombra, manter o animal na areia com tecidos úmidos sobre o casco, manter o ventre virado para baixo e não molhar a cabeça da tartaruga. Caso queira registrar o momento em foto, deve-se desativar o flash. Nunca subir nas costas e nem focar com lanternas ou luzes em seus olhos, pois elas ficam desorientadas."

Até o momento, mais de 200 ovos de tartarugas estão em desenvolvimento nas proximidades da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia, que é gerenciada pelo Ideflor-Bio. O Projeto de Monitoramento de Desova de Tartarugas Marinhas (PMDTM) acompanha o desenvolvimento desses quelônios e, na última terça-feira (16), conseguiu instalar o primeiro transmissor via satélite em uma tartaruga marinha na região Norte do Brasil.

O equipamento foi colocado em uma fêmea adulta da espécie Eretmochelys imbricata, conhecida como tartaruga-de-pente, encontrada no município de São João de Pirabas, próximo a Salinópolis. Além de registrar toda a trajetória da tartaruga, os transmissores fornecem informações sobre o comportamento de mergulho dos animais, como frequência, duração, profundidade, e também registram a temperatura da água.

Os especialistas afirmam que essa abordagem permitirá uma compreensão mais aprofundada da história natural desses animais. Caso uma tartaruga marinha seja encontrada viva, em atividade reprodutiva ou morta, o PMDTM solicita que a população entre em contato pelo telefone (91) 99374-6768.

O acompanhamento das tartarugas é realizado por biólogos e pesquisadores da Mineral Engenharia e Meio Ambiente, empresa responsável pela execução do PMDTM. Essa iniciativa é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e visa monitorar as áreas de desova de tartarugas no litoral paraense.

Comunicar erro
PLAY
PLAY 2

Comentários

DOE SANGUE