Governo Federal inicia operação de desintrusão em Terras Indígenas no Pará

As terras homologadas abrigam cerca de 2.500 indígenas distribuídos em 51 aldeias.

Por Pablo Vastei em 03/10/2023 às 12:53:43

Área de garimpo dentro da Terra Indígena Trincheira Bacajá, em Altamira, no Pará. " (Foto: Divulgação/PF)

Em cumprimento a uma determinação judicial, o Governo Federal deu início nesta segunda-feira a mais uma operação de desintrusão de terras indígenas no estado do Pará. O objetivo da operação é devolver aos povos originários a posse e o direito de uso exclusivo de seus territórios, em conformidade com o artigo 231 da Constituição Federal.

A ação visa a retirada de não indígenas que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa, homologada em 2007, e Trincheira Bacajá, homologada em 1996. Essas terras estão localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio, no Pará.

As terras homologadas abrigam cerca de 2.500 indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, distribuídos em 51 aldeias. Além disso, há registros de indígenas isolados e de recente contato no território.

De acordo com o governo federal, diversos órgãos estão envolvidos na desintrusão e trabalham para que a saída dos não indígenas que ocupam as terras de forma irregular ocorra de maneira pacífica e voluntária, sem confrontos.

A presença de estranhos no território indígena representa uma ameaça à integridade dos indígenas e causa danos ambientais significativos, incluindo a destruição das florestas. Não por acaso, a Terra Indígena Apyterewa está no topo da lista de desmatamento na região.

Cerca de 1.600 famílias vivem ilegalmente na região, algumas envolvidas em atividades ilegais, como criação de gado e garimpo, que contribuem para a degradação da vegetação nativa.

Assim como ocorreu na Terra Indígena Alto Rio Guamá, também no Pará, após a conclusão da desintrusão, haverá uma fase de consolidação com medidas para impedir o retorno de invasores.

Além da Secretaria Geral, Ministério dos Povos Indígenas, Funai (Fundação Nacional do Índio) e Força Nacional, a operação conta com a participação de outros órgãos, incluindo Incra, Ibama, Abin, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), Comando Militar do Norte, Ministério do Trabalho e Emprego e Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República).

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