A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (1), uma série de buscas e apreensões como parte da Operação Eldorado, que investiga uma organização criminosa dedicada à intermediação ilegal de compra e venda de ouro, além da lavagem de dinheiro por meio do envio do minério para o exterior.
Os mandados foram executados nas cidades onde os investigados residem e mantêm suas empresas responsáveis pelo esquema: em São Paulo/SP (2), em Santo André/SP (2) e em Balneário Camboriú/SC (1). Apesar da investigação ser conduzida pela Superintendência da PF no Amapá, nenhum mandado foi cumprido no estado.
Esta ação é um desdobramento da Operação Au92, iniciada em março de 2022 pela PF do Amapá, que desvendou o comércio ilegal de ouro e urânio, resultando na execução de 11 mandados de busca e apreensão e oito prisões preventivas nos estados do Amapá, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte e Tocantins.
A partir das informações obtidas na Operação Au92, a PF identificou indícios de uma organização criminosa composta por empresas nos estados onde foram realizadas as buscas. Essas empresas possivelmente adquirem ouro ilegal por meio de intermediários para nacionalizá-lo e enviá-lo para fora do país.
Além da aquisição de ouro ilegal, suspeita-se que o grupo também compre ouro de países africanos, especialmente Serra Leoa, e o nacionalize, tentando dar uma aparência de legalidade a produtos de origem não declarada.
As investigações apontam que o grupo movimentou toneladas de ouro, armazenando o minério em casas de custódia. Os investigados enfrentam acusações de usurpação de bens da união, organização criminosa, receptação dolosa e lavagem de capitais, podendo ser condenados a até 27 anos de reclusão, além do pagamento de multas.
Durante as buscas, foram apreendidos bens avaliados em R$ 2.123.800,00, incluindo ouro no valor de R$ 32.270, prata no valor de R$ 1.250 e veículos de luxo, como um Porsche Cayenne, um Porsche 911 Carrera e um Volkswagen T-Cross TSI.