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Madeira ilegal

Operação da Polícia Federal faz a maior apreensão de madeira da história

Ao longo dos últimos dias, os agentes retiveram 131,1 mil metros cúbicos de toras, volume suficiente para a construção de 2.620 casas populares.


Foto: Divulgação/Polícia Federal

Uma operação da Polícia Federal na divisa do Pará com o Amazonas resultou na maior apreensão de madeira nativa da história do Brasil. Ao longo dos últimos dias, os agentes retiveram 131,1 mil metros cúbicos de toras, volume suficiente para a construção de 2.620 casas populares. Foram 43.700 toras, que estão dispersas por diversas ‘pátios de madeira’ ao longo dos rios Mamuru e Arapiuns, uma região de 20 mil km², tamanho equivalente ao estado do Sergipe. De acordo com a PF, o cálculo da apreensão ainda é preliminar e deve aumentar, após uma perícia com o apoio do Exército. O balanço dessa operação foi divulgado nesta segunda-feira (21).

Uma perícia mais apurada deve ser realizada nos próximos dias com o apoio do Exército, no marco da Operação Verde Brasil 2. O Ministério Público Federal acompanha a operação por meio do procurador da República Leonardo Galiano, que deve visitar a região ainda nesta semana.

A operação foi batizada de Handroanthus GLO, que une o nome científico do ipê, a árvore mais cobiçada pelos madeireiros na Amazônia, à sigla da Garantia da Lei e da Ordem, o marco legal que autoriza o emprego das Forças Armadas no combate a crimes ambientais na Amazônia.

O recorde de apreensão havia ocorrido em 2010, quando foram apreendidos cerca de 65 mil metros cúbicos na Reserva Extrativista (Resex) Renascer, também no oeste do Pará. O volume é a metade do que foi retido na semana passada.

Foto: Divulgação/Polícia Federal

 

A operação começou após a apreensão de uma balsa com 3 mil metros cúbicos de madeira com documentação irregular no rio Mamuru, município de Parintins, no interior do Amazonas, em 16 de novembro. As toras haviam sido extraídas no Pará, mas, para transportá-las, é preciso passar pelo estado vizinho.

De acordo com a PF, a partir das informações obtidas sobre a origem das toras, foram analisadas as imagens de satélite da região. Em seguida, policiais fizeram um sobrevoo de helicóptero, que filtrou os pontos de interesse de 120 para 40 locais, com quantidades de madeira variando entre 10 mil metros cúbicos e 30 mil metros cúbicos.

Ainda segundo a PF, apesar de ser uma região com vários planos de manejo florestal, autorização concedida pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará, nenhum madeireiro procurou a PF até agora com documentação que comprove a origem legal.

O desafio agora será transportar todas as toras, uma logística de alta complexidade que deve levar semanas.

 

Com informações de O tempo

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