Na busca por ampliar o acesso aos cuidados de saúde e conscientização sobre o câncer colorretal, a Campanha Março Azul 2024 concentra seus esforços em uma ação de saúde e conscientização no município de Óbidos, região oeste do Pará. Com uma população de 52 mil habitantes e uma baixa proporção de médicos por residentes, o município se tornou um ponto focal dessa iniciativa que visa atingir regiões com maiores desafios de saúde pública.
A expedição, organizada em parceria com a ONG Zoé, é um elemento fundamental desta campanha. A Zoé, conhecida por seu trabalho em comunidades carentes e remotas, traz sua experiência e dedicação para garantir que os recursos e cuidados de saúde alcancem aqueles que mais precisam.
Entre os dias 11 e 17 de março, uma equipe de médicos e enfermeiros voluntários das instituições organizadoras da campanha oferecerá atendimento dedicado aos pacientes previamente rastreados.
"É fundamental estar atento a esses sinais e procurar avaliação médica para um diagnóstico precoce e tratamento adequado", enfatiza o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Sergio Pessoa.
O foco principal é garantir que os residentes de Óbidos tenham acesso aos exames preventivos, como o teste de sangue oculto nas fezes, que desempenha um papel crucial na detecção precoce da doença.
"Está provado cientificamente que a remoção de pólipos adenomatosos realizada durante a colonoscopia previne e evita o surgimento do câncer de intestino", ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), Helio Moreira.
A logística da expedição é desafiadora, dadas as longas distâncias e as dificuldades de transporte características da região. No entanto, essa não é a primeira vez que a Campanha Março Azul enfrenta obstáculos desse tipo. Expedições semelhantes foram realizadas em outras localidades, como Piranhas (AL), Pilar (AL), Belterra (PA) e Cairu (BA), demonstrando o compromisso das organizações envolvidas em superar barreiras em prol da saúde pública.
A iniciativa em Óbidos destaca a importância de levar os cuidados de saúde para além dos centros urbanos, garantindo que comunidades remotas também tenham acesso aos recursos necessários para a prevenção e o tratamento do câncer de intestino. "Evitar a doença e, principalmente, aumentar a possibilidade de cura e de sobrevida de seus pacientes exigem diagnóstico e tratamento precoces dessa doença", destaca o presidente do Núcleo de ações sociais da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Marcelo Averbach.