Projeto de Combate à Malária promove ações preventivas no oeste do PA

Só nos primeiros 10 anos de atividades, a iniciativa já contribuiu para a redução de 97% dos casos da doença na região.

Por Pablo Vastei em 30/05/2023 às 13:17:23

Foto: Divulgação/MRN

Com a chegada dos meses de maio e junho, Márcio Nascimento, morador da comunidade Boa Vista, no município de Oriximiná, no oeste do Pará, sabe que a equipe de sanitização do Projeto de Combate à Malária também está a caminho. Ele reconhece a importância dessas ações para proteger a comunidade contra uma doença que pode ser fatal. Essa iniciativa é desenvolvida pela Mineração Rio do Norte (MRN) com o apoio da Secretaria de Saúde do município.

Luanne Gato, técnica em saneamento do projeto, explica que durante o mês de maio é realizada a primeira etapa da campanha, que retorna em outubro. Com o período chuvoso, os mosquitos procuram abrigo, e por isso é necessário conscientizar os moradores sobre a importância da borrifação e da pulverização de fumacê. Márcio, que vive na comunidade Boa Vista desde 2006, já avisa sua família sobre a chegada da equipe e também conversa com os vizinhos sobre a importância da prevenção.

O projeto, que faz parte do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, é dividido em duas etapas e abrange 21 comunidades quilombolas e ribeirinhas, além de duas aldeias indígenas. As ações preventivas incluem a borrifação de inseticidas no interior das residências, inspeção embaixo dos assoalhos e pulverização de fumacê durante a noite.

A malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada de mosquitos infectados pelo protozoário Plasmodium. Ela pode causar febre alta, calafrios, dores de cabeça e até levar à morte. Os mosquitos vetores da doença costumam ser mais ativos ao amanhecer e ao entardecer, mas são mais ativos durante a noite. Segundo o Ministério da Saúde, 99% dos casos de malária no Brasil estão concentrados na região amazônica. Atualmente, não há vacina disponível contra a doença no país, e as medidas sanitárias são a principal forma de prevenção.

Maria de Fátima, dona de casa na comunidade Moura, conhece bem essa necessidade. Há 21 anos vivendo na região, ela lembra quando ela e um dos seus quatro filhos foram diagnosticados com malária. Ela relata os sintomas que sentiu e o abalo emocional que sofreu ao receber o diagnóstico. Por isso, Maria não hesita em abrir as portas para a equipe de saúde, destacando que eles não trazem apenas a borrifação, mas também a prevenção, pois a malária é uma ameaça recorrente na região.

Foto: Divulgação/MRN

 

O Projeto de Combate à Malária teve início em 1999, em um período de alta incidência da doença, quando foram registrados 1.126 casos na região. Com menos de dez anos de projeto, esse número caiu para 27 casos, representando uma redução de 97,6% nas ocorrências. No entanto, o número de novos casos pode variar de acordo com fatores sazonais. Por isso, a MRN tem desenvolvido ações para controlar o mosquito transmissor da malária, além de promover atividades educativas para conscientizar os moradores sobre a importância das medidas preventivas, como não deixar água parada, manter os arredores limpos, permitir a borrifação nas residências e procurar atendimento médico em caso de sintomas da doença.

Edmundo Barbosa, coordenador do projeto, destaca que as ações e campanhas educativas são realizadas pela MRN, enquanto os exames e tratamentos são feitos pelo município e pelo Hospital de Porto Trombetas (HPTR). Ele ressalta o papel dos moradores na mobilização, afirmando que são eles que garantem que o mosquito não se prolifere. Se as medidas preventivas forem adotadas, a doença poderá ser controlada na região.

Maria de Fátima enfatiza a importância do projeto e a necessidade da borrifação para combater o mosquito transmissor da malária. Ela destaca que, embora o mosquito exista, é difícil identificar sua espécie específica, por isso é essencial que a equipe de saúde realize a borrifação em sua residência.

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