Lideranças do Movimento de Preservação da Escola da Floresta entregaram, no último sábado (30), ao governador do Pará, Helder Barbalho, um requerimento e uma denúncia sobre o terreno onde funcionava a Escola da Floresta, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão, em Santarém, oeste paraense. O espaço, que é referência em educação ambiental desde 2008, está ameaçado pela especulação imobiliária, o que mobilizou a comunidade indÃgena Borari e apoiadores em defesa do local.
O terreno, situado às margens do Lago Verde, na comunidade Caranazal, foi cedido originalmente pelo Conselho Nacional dos Seringueiros e se consolidou como um sÃmbolo de resistência cultural e ambiental. Contudo, ele foi recentemente negociado com um grupo empresarial que planeja construir um prédio de nove andares na área, gerando forte oposição da comunidade local.
"Estamos solicitando ao governador a desapropriação da área e a devolução desse território para uso coletivo. Queremos que a Escola da Floresta volte a ser um espaço de saberes e integração para a população, os indÃgenas e toda a região", afirmou Leila Borari, uma das lideranças do movimento.
No requerimento entregue ao governador, também foi proposta a criação de uma unidade de conservação estadual em Alter do Chão, como forma de proteger o território Borari e conter os impactos da especulação imobiliária crescente na região.
Durante o encontro, Helder Barbalho falou que a área pertence ao Governo Federal, o que limita ações imediatas por parte do Estado. Ele informou que as negociações estão em andamento com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
"Formalizamos o pedido ao Incra e ao ministro Paulo Teixeira para que nos deem uma posição. Até o final deste mês, esperamos uma resposta definitiva sobre a situação da área", afirmou o governador.
(*) Com informações de O Quarto Poder