A população de Santarém, no oeste do Pará, foi pega de surpresa com o reajuste nas tarifas do transporte coletivo urbano e rodoviário intramunicipais, que passou a vigorar nesta quarta-feira (1). O aumento foi oficializado por meio do Decreto nº 717/2024, assinado no dia 30 de dezembro pelo então prefeito Nélio Aguiar, que encerrou o mandato no dia seguinte.
Apesar do impacto direto no bolso dos usuários, a medida não foi se quer divulgada, deixando quem depende do transporte coletivo indignado pela falta de transparência na comunicação do reajuste.
De acordo com o decreto, o reajuste tem como objetivo equilibrar os custos operacionais do sistema de transporte e atender às demandas do setor. A tarifa urbana, que anteriormente era de R$ 4,20, foi reajustada para R$ 4,50 no valor integral. Para estudantes, que possuem desconto de dois terços, o valor passou para R$ 1,50.
Novos valores para as linhas distritais e intramunicipais
As tarifas para linhas que atendem regiões distritais e intramunicipais também foram alteradas, variando conforme a localidade. Confira os novos valores:
· Alter do Chão: R$ 5,50 (inteira) e R$ 1,85 (estudantil);
· Boa Esperança: R$ 7,00 (inteira) e R$ 2,35 (estudantil).
Para regiões intramunicipais, os valores ficaram assim:
· Eixo Forte: Ponta de Pedras, Santa Cruz e Santa Rosa - R$ 5,40 (inteira) e R$ 1,80 (estudantil);
· Região do Curuá-Una: Curuá-Una e Samauma - R$ 16,20 (inteira) e R$ 5,40 (estudantil);
· Região do Ituqui: tarifas variam entre R$ 15,00 e R$ 29,70.
O decreto também determinou o arredondamento das tarifas para facilitar pagamentos com moedas fracionadas. Um exemplo é a Cabeceira do Marajá, onde a tarifa inteira foi ajustada para R$ 26,30, e a estudantil para R$ 8,75.
Decisão contestada pela população
A decisão de reajustar as tarifas foi baseada na Resolução nº 007/2024 do Conselho Municipal de Transportes, aprovada em dezembro de 2024. O argumento oficial é de que o aumento visa garantir a viabilidade do sistema de transporte, considerando fatores como alta nos combustÃveis, custos de manutenção da frota e valorização dos trabalhadores do setor.
No entanto, moradores criticaram a falta de consulta popular e a ausência de informações prévias sobre a medida.
"Ninguém sabia desse aumento. Foi uma decisão tomada nas sombras, sem respeitar a população que dependem diariamente do transporte público", comentou João Oliveira, vendedor que utiliza o transporte público todos os dias.
Outras crÃticas da população foram com relação ao momento escolhido para a assinatura do decreto, justamente no último dia úteis do mandato do prefeito Nélio Aguiar.
"Assinar um reajuste tão impopular e sair do cargo às pressas é uma manobra que demonstra desrespeito com a população", acrescentou Maria Santos, professora.